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Teoria da Recepção

  • Writer: Teorias do Jornalismo
    Teorias do Jornalismo
  • Apr 29, 2019
  • 2 min read

Updated: May 6, 2019


Na teoria da Recepção, a audiência não é apenas uma receptora passiva, mas sim sua recepção é um processo ativo. Segundo Stuart Hall no livro ‘Codificação/Decodificação, Da diáspora: identidades e mediações culturais’, o processo de produção não é isento de seu aspecto discursivo e embora estas estruturas de produção originem os discursos televisivos, elas não constituem um “sistema fechado”, mas alimentam o processo a partir de fontes e formações discursivas da estrutura sociocultural e política em que se inserem, citando Philip Elliot que discute “o modo como a audiência é, ao mesmo tempo a fonte e o receptor da mensagem televisiva”. (1980, p. 367)

Stuart Hall (1980) defende que a recepção não pode ser entendida apenas em termos comportamentais, mas também ordenada por estruturas de compreensão, produzida por relações econômicas e sociais, que moldam sua concretização.

Como explica o autor Jesús Martin-Barbero (2002 p.55), a verdadeira proposta do processo de comunicação e do meio não está nas mensagens, mas nos modos de interação que o próprio meio transmite ao receptor.

O pensamento barberiano de analisar a comunicação a partir da cultura pressupõe não centralizar a observação unicamente nos meios, mas ampliar a análise para as mediações e elas podem ser: Estruturais (classe social, experiências, conhecimentos, família, etc.), Institucionais (escola, igreja, política, esporte, etc.), Conjunturais (modo de enxergar a vida, acervo cultural, etc.), Tecnológicos (televisão, rádio, cinema, etc.) e é através das observações conceituais que se pode pensar a mediação como conexões com elementos diversos que formam um todo novo.

Assim, o que é produzido e apresentado pelos meios não tem ligação unicamente com a lógica produtiva ou comercial, mas também se relaciona com os desejos dos receptores, que são trabalhados pelo discurso hegemônico.

Por fim, de acordo com Ilana Polistchuk e Aluízio Ramos Trinta (2003 p.150), o receptor seria, então, bem mais que um mero indivíduo que recebe as mensagens, mas um sujeito do processo de comunicação em que interpreta o conteúdo da mensagem conforme os valores sociais que defende. Ao receber a mensagem, pelo seu repertório, ele a reconhece e pela negociação mediadora, ele a dota de sentido.


- Laís da Rosa


No filme “Quiz Show – A verdade dos bastidores” é possível perceber que o público que assistia ao programa de televisão era bem variado, alguns acreditavam que era impossível um participante saber a resposta de algumas das perguntas, neste caso desconfiava dos participantes e parava de assistir, outros que não perdiam um episódio, gostavam de acompanhar para aprender as respostas de perguntas complexas e também o público que apenas idolatrava os participantes vencedores. A Teoria da Recepção pode ser destacada neste ponto, diante de um público que pode receber a mensagem produzida pelo meio de comunicação (TV) de maneiras diferentes dependendo do seu repertório. O dono da emissora, mesmo sabendo de toda a armação, continuou com o programa no ar, pois gerava muita audiência pelo fato do programa conseguir atrair a atenção das pessoas (que se interessam e tem seus valores sociais de acordo) para participar do programa.

Momento da partida de Herbert Stempel no programa Quiz show

 
 
 

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