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Teoria do Agendamento

  • Writer: Teorias do Jornalismo
    Teorias do Jornalismo
  • Apr 29, 2019
  • 3 min read

Updated: May 6, 2019


De acordo com o autor Igor Fuser, no artigo ‘Mídia e política na teoria da “democracia de platéia” de Bernard Manin’,a Teoria do Agendamento (ou Agenda Setting) é muito importante entre as teorias que entendem o papel da mídia na construção da agenda pública. Segundo ele, esse estudo trata do “poder de agenda” exercido pelos meios de comunicação na esfera pública. O autor relata que os criadores da Teoria, Maxwell McCombs e Donald Shaw, no artigo ‘A Função de Agendamento dos Media’, verificaram a partir de estudos empíricos que os assuntos que a mídia dá ênfase são os que acabam tendo maior importância para a opinião pública. Há uma relação de correspondência entre eles.

Para Felipe Pena, no livro ‘Teoria do Jornalismo’, nessa teoria o público tende a considerar os assuntos divulgados pela mídia como os mais importantes, “agendando” as suas conversas por eles. O autor afirma que os meios de comunicação nos dizem o que falar e pauta os nossos relacionamentos. Assim, a mídia diz sobre o que pensar, o que pensar sobre algo, como pensar e o que fazer em relação a determinado acontecimento.

Segundo Antonio Hohfeldt no livro ‘Teorias da Comunicação’ essa hipótese (como assim chama o autor) tem alguns pressupostos de destaque:a) o fluxo contínuo de informação: os veículos de comunicação impõem uma avalanche informacional, ou seja, um excesso de informações que se mal trabalhadas pelo receptor, se perdem ou geram situações inusitadas. Isso faz com que o público guarde na memória informações que logo esquece; b) os meios de comunicação, por consequência, influenciam sobre o receptor não a curto prazo, como boa parte das antigas teorias pressupunham, mas sim a médio e longo prazos. Assim,observar a mídia em tempos mais longos do que os estudos fazem habitualmente gera maior precisão na definição dos efeitos causados pelos meios de comunicação. Segundo Hohfeldt deve-se levar em conta também o tempo decorrido entre a publicidade e a concretização dos efeitos em termo de uma ação consequente por parte do receptor, ou seja, deve-se considerar o período de tempo entre a publicidade e a divulgação de um fato até ser assimilado pelo público e causar efeito nele.

Hofeldt é mais cauteloso ao considerar os efeitos causados pela mídia como um meio que impõe o que o público vai pensar, isso é relatado no terceiro pressuposto que o autor destaca:“c) os meios de comunicação, embora não sejam capazes de impor o quê pensar em relação a um determinado tema, como desejava a teoria hipodérmica, são capazes de, a médio e longo prazos, influenciar sobre o quê pensar e falar, o que motiva o batismo desta hipótese de trabalho. Ou seja, dependendo dos assuntos que venham a ser abordados - agendados - pela mídia, o público termina, a médio e longo prazos, por incluí-los igualmente em suas preocupações. Assim, a agenda da mídia de fato passa a se construir também na agenda individual e mesmo na agenda social.”

No mesmo livro, Hofeldt acrescenta ainda que o agendamento, dependendo da mídia, influência a médio e longo prazo. De acordo com o mesmo, os conceitos não são exatamente impostos, mas incluídos nas preocupações das pessoas. Mesmo temas que, se não fossem os meios de comunicação, nem chegariam ao conhecimento do público e muito menos se tornariam parte de sua agenda.


- Carla Tortato


No filme Conspiração e Poder, a equipe do jornal 60 minutes investiga o passado do presidente americano George Bush. A agenda pública entra em questão, uma vez que os maiores consumidores dessa informação são o povo americano. Uma cena muito marcante mostra a população assistindo a notícia apurada quando vai ao ar no canal CNN.

A equipe jornalística investigativa do caso assistindo ao programa.

 
 
 

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